Conheça a história e arquitetura dos principais pontos visitados por turistas na Atenas maranhense.
Fundada por franceses, invadida por holandeses e colonizada por portugueses, São Luís foi construída no dia 8 de setembro de 1612 e já completou seus 404 anos. Conhecida como Jamaica Brasileira, Ilha do Amor, Atenas Brasileira, Cidade dos azulejos, Capital do Reggae, Ilha Magnética ou Ilha Bela, a cidade foi declarada como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco no ano de 1997, por conta do rico acervo arquitetônico colonial em cerca de 4 mil prédios, distribuídos por mais de 220 hectares, sendo grande parte deles sobradões com mirantes, muitos revestidos com azulejos portugueses.
Cercado pelos bairros da Praia Grande e Desterro, a região do Centro Histórico concentra boa parte dos museus, teatros, cinemas, restaurantes, bares, centros de cultura, e lojas de artesanato. Não ficam de fora as praças, escadarias, ladeiras e algumas ruas históricas, como a Rua Portugal e Rua do Giz e Largo do Comércio. O imparcial preparou uma lista com os principais pontos históricos da capital e que costumam ganhar repercussão nas redes sociais dos turistas com o registro de belas fotografias.
Palácio de La Ravardière
Sede da Prefeitura de São Luís foi declarado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Exemplo de prédio administrativo do período colonial, o Palácio recebeu esse nome em 1962, por ocasião do aniversário de 350 anos da cidade. Foi construído por volta de 1689 é um dos prédios mais antigos da região. Hoje abriga a sede do Governo Municipal e traz à frente o busto de bronze de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, comandante francês e fundador de São Luís. De fachada simétrica, em dois pavimentos, centrada por uma caitela, decorada com concha e folhas de acanto estilizado, dando ideia de pequeno frontão, todo em estuque. No período natalino a fachada fica iluminada e ganha uma decoração especial com um conjunto de luzes. Fica localizado na Avenida D. Pedro II, ao lado do Palácio dos Leões e a visitação são somente externas.
Palácio Cristo Rei
Construído em 1838 para servir de residência ao Comendador José Joaquim Teixeira Vieira, o imóvel representa o luxo das famílias ricas do período colonial. Foi vendido em 1900 ao então vice-cônsul dos EUA dono de casa bancária em São Luís. Segundo dizem, o cônsul costumava servir as mais sofisticadas iguarias aos mendigos e necessitados e, por isso, passou a ser chamado de “padrinho”. Em 1908, devido à falência de seu banco e às numerosas dividas que possuía, suicidou-se e teve o imóvel leiloado. Desde então, o palácio passou por inúmeros proprietários, até que, em 1953, serviu de sede do Arcebispado e recebeu o nome de “Palácio Cristo Rei”. Atualmente, abriga a reitoria da Universidade Federal do Maranhão. Fica localizado na Praça Gonçalves, 351 – Largo dos Amores Dias – Centro. As visitações são de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h.
Palácio dos Leões
Com três mil metros quadrados de área construída, esculpido com o primor da arquitetura neoclássica e localizado em frente à Baía de São Marcos, o Palácio dos Leões é a residência oficial e sede do Governo do Maranhão. Ficou conhecido como Palácio dos Leões devido aos leões de bronze que ficam expostos e guardam suas entradas. Erguido sobre o que um dia foi o Forte de São Luís, ganhou forma de palácio em 1776, quando o Governador Joaquim de Mello e Povoas remodelou a construção com materiais aproveitados da extinta casa dos jesuítas em Alcântara. Completamente restaurado, merece ser visto e visitado não apenas pela sua arquitetura e luxo, mas também pelos tesouros artísticos e relíquias guardadas em seu interior. Nos períodos natalinos recebem uma decoração especial na faixada, com uma grande quantidade de luzes coloridas. Fica localizado na Av. Pedro II, S/N – Centro. As visitações são de quarta a sexta, das 14h às 17h, sábados e domingos, das 15h às 17h.
Rua Portugal e Rua do Trapiche
A Rua Portugal é uma das principais ruas do Centro Histórico de São Luís, onde se concentravam os estabelecimentos comerciais mais importantes da época de sua construção. Ainda hoje mantém suas raízes, pois possui diversas lojas e comércio ativo, além de repartições publicas como a sede da Defensoria Pública que foi construída no Projeto Reviver. É um polo onde se encontram o Museu de Artes Visuais e a Casa de Nhozinho (Museu que homenageia o artesão maranhense Antônio Bruno Pinto Nogueira que, ao longo da vida, confeccionou brinquedos e figuras do folclore em buriti). Na esquina está a Secretaria de Turismo, onde existe um posto de informações turísticas e logo a frente a Morada das Artes, local de moradia de vários artistas plásticos que abrem as portas para a visitação de suas obras. Na esquina está a Secretaria de Turismo, onde existe um posto de informações turísticas.
Beco Catarina Mina
Localizado na via transversal do lado esquerdo da Rua Portugal, o Beco Catarina Mina possui uma escadaria de 35 largos degraus em pedras de lioz, datadas do século XIII. Foi batizada em homenagem à Mina Catarina Rosa Pereira de Jesus, uma escrava que mantinha uma loja no local, um dos poucos logradouros do Centro Histórico de São Luís que leva nome de uma mulher, quiçá o único em homenagem a uma negra. A célebre cativa, cuja história lembra a de outra escrava igualmente famosa, Xica da Silva, fez fortuna graças ao seu trabalho e às suas ligações com ricos comerciantes da região, que literalmente ficavam de queixo caído com a sua beleza. Catarina juntou fortuna, comprou sua alforria e transformou-se em senhora de escravos, passando a ser vista pela cidade seguida por um cortejo de mulheres caprichosamente vestidas. No beco encontram-se lojas de artesanato, agência de viagens, grupos de teatro e alguns bares aconchegantes. No prédio do canto esquerdo há encontro de tambor de crioula e outras manifestações afros. Fica localizado na Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís.
Mercado das tulhas
Turistas e maranhenses optam sempre por fazer uma refeição na tradicional e atrativa Casa das Tulhas ou Mercado da Praia Grande. É um prédio histórico datado de 28 de julho de 1855. É cercado por casas comerciais e na parte externa, esse mercado tem quatro entradas que dão acesso a dezenas de pontos de venda dispostos circularmente em seu interior. É literalmente um passeio pela cultura gastronômica local da cidade e um forte atrativo de tradição dos sabores. Construída no século XIX, possui um formato quadrilátero e se tornou um ótimo local para a implantação da feira. Possui uma grande variedade de produtos oriundos do interior dos Estados e ainda, típicos de São Luís. As bebidas como a famosa tiquira, cachaça tipicamente maranhense de cor azul e lilás tem sabor forte. Outras são de origens diferentes como Santo Antônio dos Lopes, localizado a 316,5 km de distância da capital, Santa Quitéria e o município de Barreirinhas. Alguns tipos de farinha vêm da cidade de Pinheiro, além do camarão seco que vem de Tutóia e Turiaçu.
Teatro Arthur Azevedo
Considerado um dos teatros mais famosos de São Luís é também um dos mais antigos do país, o teatro Arthur Azevedo conserva traços neoclássicos originais que guardam mais de 200 anos de história e uma beleza incomparável. Inaugurado em 1817, como Teatro União, foi somente no século seguinte que finalmente ganhou o nome do grande mestre da dramaturgia brasileira. No inicio dos anos 90, suas instalações e equipamentos foram reformados, transformando o teatro num dos mais modernos ambientes para a arte dramática do país. Ele fica localizado na Rua do Sol, 180 – Centro. As visitações são de terça a sexta, das 15h às 17h.
Fonte das Pedras
Este local é um marco. Foi lá́, junto ao que era ainda uma nascente que, em outubro de 1615, Jerônimo de Albuquerque acampou suas tropas enquanto expulsava os franceses de São Luís. No melhor estilo colonial português, a Fonte das Pedras, instalada num quadrilátero murado, conta com um frontão em alvenaria e carrancas por onde a água jorra fartamente. Também é um nome de referência da região onde está localizada, sendo procurada por visitantes e ludovicenses para um descanso debaixo das frondosas árvores da cidade. Fica localizada na Rua de Antônio Rayol, próxima ao Mercado Central.
Fonte do Ribeirão
Construída em 1796 para abastecer de água a população, vários mistérios rodam o monumento e torna curiosa essa fonte. Seu piso é revestido de pedras de cantaria e a água, sempre farta, jorra de carrancas, em um tanque lajeado. As carrancas são figuras de aspectos disformes, comumente usadas em fontes, chafarizes e proas de barcos para espantar maus espíritos. A da fonte representa Netuno, Deus mitológico, senhor dos mares e das águas, que abastecia a população local de água limpa que brotava de sua boca. Algumas lendas também foram criadas sobre suas galerias subterrâneas. Dizem que servia de comunicação entre frades de uma igreja a outra. Também para transporte ou fuga de escravos e comércio ilegal de ouro e pedras preciosas. Outra lenda é sobre a serpente encantada, que reside nos túneis da galeria e cresce sem parar, e um dia destruirá́ a ilha de São Luís, quando a cauda encontrar a Cabeça. Fica localizada entre as Ruas do Ribeirão e dos Afogados.
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