6.10.17

"Tu morre de dente seco, mas não pega xiri meu." Quem aí já ouviu?

Nesta quinta-feira (5), a “Dercy Gonçalves do Maranhão”, Patativa, completou 80 anos. 
Moradora do bairro da Vila Embratel, em São Luís, Palavrão é cana doce na boca da sambista, cantora e compositora Patativa.

O nome é Maria do Socorro Silva, mas ela não gosta do nome, prefere sempre Patativa. Desde os 20 anos, anda com um galho de arruda atrás da orelha para quebrar o mau-olhado, a inveja. Nasceu na mesma cidade de João do Vale, Pedreiras, há 80 anos. 

Toda a irreverencia da compositora está presente nas letras de suas músicas. Patativa conseguiu revalidar a figura do sambista malandro, intuitivo, forjado na boemia (na nobre linhagem de Moreira da Silva, Bezerra da Silva e outros), como também por imantar de uma consciência feminista um universo coalhado de significados masculinos.

“Sai daí nego indecente/educação Deus não te deu/tu morre de dente seco/mas não pega xiri meu”, canta a sambista, como se afirmasse que a mulher se doa a quem quiser, não a quem a quiser.

As letras das composições dela são geralmente curtas, precisas, como se fossem haicais da malandragem.

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